Uma marca na história política de Itapirapuã foi a repetição
ou alternância nos mandatos de prefeitos. Os ex-prefeitos José Ivo, Paulo Saad
e Zacarias, todos repetiram mandato. A exceção foi o ex-prefeito Erivaldo que
não conseguiu se reeleger e agora a prefeita Zélia que caminha para a tentativa
do segundo mandato.
Já foi comum nas rodas políticas a reclamação contra essa
repetição, uma mesmice que, segundo alguns, não tem sido bom para a cidade. Mas
o pleito de 2016 apresenta a certeza de que o próximo mandatário será alguém
que já foi prefeito, já que, por incrível que pareça, a repetição desta vez já
começa com os mesmos candidatos da última eleição: Zélia e Erivaldo, ambos já
prefeitos, ou seja, qualquer um que se eleger, estará exercendo o seu segundo
mandato!
O quadro desenhado para o pleito que chega é extremamente
conservador; não há como escapulir, o voto terá de ser dado aos mesmos, tanto o
de oposição quanto a de situação, e o que vencer irá para um segundo mandato.
Das candidaturas colocadas, certamente que a prefeita Zélia
entra no páreo com largo favoritismo. Disputará a eleição pelo PP, partido pelo
qual foi eleita, com uma boa aliança envolvendo partidos como PTC, PRTB, PTN,
PSDB, PSD e PTB. A prefeita Zélia realiza uma administração proba e cheia de
realizações, com importantes obras em execução, a exemplo da rede de
esgotamento sanitário em toda a cidade.
Zélia enfrentará dificuldades para o pleito como
companheiros que a abandonaram, mas poderá aglutinar a base novamente, já que
tem talento e credibilidade para o bom diálogo. Zélia faz parte da base do
governador Marconi Perillo.
Já o outro candidato, ex-prefeito Erivaldo Alexandre,
enfrenta dificuldades, luta contra sí mesmo, já que tem contas questionadas,
mas é adversário à altura de um grande combate vislumbrado para o pleito, uma
briga de “cachorros grandes” como diz o dito popular. É freguês da prefeita
Zélia, que o derrotou na última eleição. Mas Erivaldo vem com bastante gás, em
plena campanha, com visitas e reuniões fechadas em casas de companheiros e
lideranças. Tido como bom de palanque, Erivaldo tem um relativo poder de
convencimento, e precisará de muito talento nesse sentido, para explicar agora
os motivos das obras inacabadas deixadas na sua administração. Erivaldo será
candidato pelo PMDB, e com alianças com partidos como DEM, PPS, PDT e PT.
Um fato marcante na eleição que se avizinha em Itapirapuã é
o “toma-lá-dá-cá” de partidos promovido com a anuência do comando regional, com
o DEM retirado da base da prefeita Zélia, e com o PR sem opção de coligação que
não seja com o ex-prefeito Erivaldo. Há de se observar que as siglas às vezes
vão, mas os eleitores ficam. O PDT também foi outro partido que pulou para o
Erivaldo, por decisão do novo comando, mas que ficou capenga, perdeu boa parte
dos filiados numa debandada geral ainda no ano passado.
À “boca miúda”, o que corre solto nos pontos conhecidos de
fofoca política na cidade, é de que a prefeita Zélia vence as eleições com
folga, faz uma boa administração e conquistou um domínio forte no distrito de
Jacilândia, de onde veio a sua vitória anterior, e também pelo fato do seu
fortalecimento explícito na cidade, onde deverá vencer agora, diferentemente do
ocorrido antes. Na sua eleição Zélia perdeu na sede Itapirapuã por 61 votos,
mas venceu no distrito com 100 votos, o que lhe deu a vantagem de apenas 39
votos, numa das eleições mais apertadas na história do Município.
